HÓSPDE DA ALMA
"Para onde foram as cores?
Elas sumiram tão de repente
e eu amanheci diferente:
dias cinzas, noites frias,
um espaço equdistante entre mim e ti...
E não te vi indo embora,
e não me esperaste acenar,
simplesmente partiste
levando contigo tuas idéias superficiais
e teus medos existenciais
Vieste só de passagem,
chegaste sem hora marcada,
sem reserva, sem buscar parada
e na mala quase nada, já para não ter de ficar,
nunca desfeita e sempre a a espera do dia seguinte,
silenciosamente a espreitar.
Mas não vi, não percebi, nem entendi.
Oh, míope mulher apaixonada!
E tu, viajante de novo em meio as andanças solitárias,
quase sem jeito,
e sem saber direito,
me pediu pouso lançado à sorte.
E eu te ofereci aconchego,
e te separei o melhor quarto,
e te preparei tudo de bom grado,
sem botar preço:
roupas quentes,
cama macia,
aquele cheiro bom
de lugar limpo e bem cuidado.
Quarto novo!
O melhor de todos!
E então foi se chegando,
e aos poucos foi ficando
e te sentindo afagado.
Querias tu o frio pouso de um quarto qualquer?
Sem cores, sem sons,
sem luzes, sem tons?
Havias tu de querer?
Mas esse medo cruel de dever
mais do que podias pagar
te atormentou a alma
e antes que te roubasse a calma,
por sentires vontade de ficar, partiste.
Pois se não entendes do que não tem preço,
como entender que nada tens a pagar?"
Autor: Luciana França
Baci nel cuore!